sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Pela Retirada dos Trilhos de Rio Preto

Alesp_SebastiãoSantos_site_baixaDia 24 de janeiro fez dois meses que Rio Preto viveu sua maior tragédia ferroviária. Em novembro último a cidade foi marcada pelo descarrilamento do trem da ALL (América Latina Logística) no Jardim Conceição. Dois vagões que carregavam milho atingiram uma casa matando oito pessoas. E poderia ser ainda mais grave se os vagões transportassem combustível, ao invés do grão. O líquido poderia ter causado explosões que atingiriam todo o bairro.
O acidente ceifou a vida de Francisnaldo Emeliano, de 30 anos, Graziela dos Santos, 27, Kauã de Almeida, 6, Paula da Silva, 36, Amanda da Silva, 16, Denise Flora, 33, Rafaela Barcelos, 2, e Waldemar da Silva, 41. Mortes que poderiam ter sido evitadas. A Prefeitura de Rio Preto chegou a anunciar em 2009 ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) um projeto para a construção do contorno ferroviário para desviar os trens do perímetro urbano. A linha sairia de Cedral e seria levada até Mirassol, passando por áreas rurais. A obra está avaliada em R$ 300 milhões. Por ser considerada cara, não saiu do papel. Além do contorno, seria possível a construção de um porto seco, que poderia ser instalado próximo ao antigo IPA (Instituto Penal Agrícola). A medida beneficiaria as indústrias da região e estaria distante das residências. Mas isso é assunto para um outro artigo.
O que não podemos mais é ficar de braços cruzados. Não existe projeto caro quando se trata da preservação da vida. No dia seguinte ao descarrilamento, iniciei então um abaixo-assinado online pelo site www.peticaopublica.com.br com o manifesto pela ‘Retirada dos Trilhos do Perímetro Urbano de Rio Preto’. Já na primeira semana, centenas de rio-pretenses se juntaram a nós contra novos acidentes ferroviários. Mas foi nas ruas que ganhamos força. Meus assessores e eu percorremos bairros em busca de mais assinaturas. No fim de dezembro chegamos a 10 mil apoiadores. Mas é preciso mais. Por isso, peço aos leitores que assinem.
A malha ferroviária pertence ao governo federal. O objetivo da petição é colher o maior número de assinaturas para encaminhar aos deputados federais, senadores e ministros até que esse pedido seja concedido e o município tenha recurso para executar o contorno ferroviário. Quanto maior o número de apoiadores, mais peso terá a solicitação.
No dia 30 de dezembro outro trem da ALL teve problema, desta vez no centro de Rio Preto. Houve falha mecânica que parou a locomotiva por 15 minutos e felizmente causou apenas congestionamento as ruas General Glicério e Bernardino de Campos, o que não deixa de ser um grande problema. Um descarrilamento no centro teria proporções catastróficas.
Não é de hoje que as linhas férreas estão sucateadas. Desde quando fui vereador na cidade (2009-2010) já alertava as autoridades sobre os perigos de acidentes. Principalmente porque a ferrovia passa por de 27 bairros e pelo Distrito de Engenheiro Schmitt. Os trilhos que passam em Schmitt, por exemplo, ficam a cinco metros de residências.  Não podemos esperar que outra tragédia aconteça. Por descarrilamento, ou atropelamento, como o que aconteceu com o professor rio-pretense Silvio Pereira, em 2011, e com a costureira Sheila Pascutti, em 2004.
A tragédia matou adultos e crianças e deixou pessoas que perderam familiares com dores na alma que jamais cessarão. Outra consequência foi o medo. Pelo menos 40 mil moradores que vivem à beira da linha férrea não têm mais paz. O desejo de todos é que o trem pare de circular. Conto com o apoio e a assinatura de todos os rio-pretenses. Um governo que gasta mais de R$ 8 bilhões com a Copa do Mundo tem a obrigação de investir também na segurança da população. A linha férrea precisa sair.
Deputado estadual Sebastião Santos (PRB)
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