terça-feira, 27 de março de 2012

Deputado Sebastião Santos junto com Ministro da Pesca participam de simpósio na FIESP.



 O ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella (PRB), disse, nesta quarta (21), que São Paulo é o estado com mais barreiras no licenciamento ambiental para a implantação efetiva de parques aquícolas em rios e lagos. A declaração foi feita durante simpósio de pesca esportiva e aquicultura na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na capital.

De acordo com o ministro, há mais de 400 projetos de tanques-redes prontos, mas nenhum deles possui autorização da Secretaria do Meio Ambiente para ser colocado nas águas. “Sem autorização não tem investimento, as pessoas não conseguem se inserir e trabalham com medo, com risco de perder o que foi aplicado”, afirma ele, que busca ampliar e fortalecer o relacionamento com o estado para resolver essa questão.

Há menos de um mês no comando da pasta, Crivella disse que tem ouvido todos os setores que envolvem a produção e a extração do pescado e afirma que pretende seguir modelos de sucesso espalhados pelo mundo. “As grandes empresas surgem na origem das vocações naturais dos seus países. E nós, o único país do mundo com 12,5% de água doce superficial, somos levados a acreditar que precisamos ter uma campeã no setor da pesca”, disse.

O ministro acredita que o Brasil pode desenvolver o setor pesqueiro ao ponto de formar uma grande empresa nacional, a exemplo da Petrobras (petróleo e gás) e gigantes da mineração, soja e celulose. “O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) acha que o setor de pesca bem organizado, bem regulamentado e estimulado, pode ser uma espécie de pré-sal. Concordo com o BNDES.” Crivella chegou a sugerir um nome para a empresa: Pescobras.

Para que isso aconteça, o ministro defende que o Brasil aplique, a exemplo de outros países, desoneração tributária do setor, financiamentos especiais, inclusive em pesquisas, e utilização estratégica de compra por parte do governo. “Queremos muito que todas as modalidades se desenvolvam em nosso País. É uma vocação nossa, é um recurso natural que talvez esteja precisando da nossa articulação política entre governo e empresários”, disse Crivella, na presença de dezenas de investidores e empreendedores do ramo.

Durante o encontro, Crivella respondeu a perguntas, ouviu sugestões e foi elogiado pelo seu perfil político na abertura do diálogo com representantes dos variados setores, que inclui as pescas esportiva e amadora e cultivo de peixes. O evento foi organizado pelo Comitê da Cadeira Produtiva da Pesca e Aquicultura (Compesca) da FIESP, sob a direção de Roberto Imai, e pela Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (Anepe), presidida por Helcio Honda.

Pesquisadores, políticos e lideranças do setor pesqueiro participaram do evento, que contou com a presença de vários republicanos. Além de Crivella, estavam presentes os deputados federais Antônio Bulhões (SP) e George Hilton (MG), e os estaduais Gilmaci Santos e Sebastião Santos. Fizeram parte da mesa, Roberto Imai, coordenador do Compesca; Helcio Honda, presidente da Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (Anepe); e Mônika Bergamaschi, secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Estavam presentes ainda o superintendente do Ministério da Pesca em São Paulo, Antônio Carlos Diniz, e o diretor do Instituto da Pesca do Estado de São Paulo, Edison Kubo.

Por Diego Polachini
Fotos: Amanda Fischer